in

‘Isadora, Fala!’ de Rita Lello

UMA BANDEIRA RUBRA

'Isadora, Fala!' de Rita Lello. Foto: Ricardo Rodrigues
'Isadora, Fala!' de Rita Lello. Foto: Ricardo Rodrigues

Talvez eu esteja a tornar-me uma bolchevique. Mas toda a minha vida quis ensinar crianças, ter escolas gratuitas e um teatro gratuito.

O espectáculo de Rita Lello, Isadora, Fala! é uma criação de vozes sobrepostas que reivindica o corpo de mulher como pauta e como “lugar de fala”, como se enuncia actualmente este argumento de autoridade. Fundado no poema auto-épico de Graça Pires Jogo Sensual no Chão do Peito (Labirinto, 2020), texto permanentemente “boicotado” pela intervenção de falas directas de Isadora Duncan (1877-1927) retiradas da sua obra escrita, este espectáculo, muito íntimo, propõe-nos um mergulho num teatro da palavra que é mediado pelo gesto e pelo movimento (coreógrafa Amélia Bentes) inscritos, num programa de sugestões e de impressões, no espaço cénico polivalente.


Publicidade

Inspirado em passos da biografia da artista norte-americana que simbolizou a utopia da libertação do corpo da Humanidade pela dança natural, sob o signo da Grécia Antiga e da Música, e que lutou pela libertação do corpo das mulheres das barbas de baleia e das normas antinaturais da sociedade, o trabalho de Rita Lello propõe, por sua vez, sob o manto aparentemente diáfano das cortinas e da luz, um manifesto subtil sobre a condição de artista, da mulher-artista, aqui, na nossa contemporaneidade amordaçada pelo capitalismo sangrento.

Isadora, Fala!  de Rita Lello

CRIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO: Rita Lello

ASSISTENTES DE ENCENAÇÃO: Rute Miranda e Vitória Nogueira da Silva

TEXTO: Rita Lello (a partir de Jogo Sensual no Chão do Peito de Graça Pires e de palavras de Isadora Duncan)

DRAMATURGIA: Eugénia Vasques

MOVIMENTO: Amélia Bentes

FIGURINO: Dino Alves

DESENHO DE LUZ: Vasco Letria

VÍDEO: David Medeiros

LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA: Sandra Faria

FOTOGRAFIA: Ricardo Rodrigues

APOIO À PRODUÇÃO: Teresa Mello-Sampayo

COPRODUÇÃO: Rita Lello e São Luiz Teatro Municipal APOIO Fundo Cultural da SPAutores, CAM (Centro de Artes de Marvila) e Trajetória Primordial Associação Cultural e Teatro Meridional

 

Teatro São Luiz de Lisboa, 13 de Maio 2023.
Eugénia Vasques

Eugénia Vasques

Eugénia Vasques (n. Coimbra 1948). Professora-Coordenadora, jubilada, da Escola Superior de Teatro e Cinema/Politécnico de Lisboa.
Estudou na Universidade de Paris VII, na Escola de Teatro do Conservatório Nacional, na Faculdade de Letras/Universidade de Lisboa e na University of California, Santa Barbara, EUA. Doutorada em Hispanic Languages and Literatures; equiv. Estudos Portugueses, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova, Lisboa.
Investigadora do Centro de Investigação em Artes e Comunicação/CIAC/Universidade do Algarve. Crítica de Teatro (Jornal Expresso, Obscena, etc.) e investigadora sobre educação artística, teatro português e o historial das mulheres portuguesas no teatro, publicou, entre outros: Jorge de Sena: Uma Ideia de Teatro 1938-71 (Lisboa, Cosmos, 1998; 2ª ed. Guimarães, 2015), Mulheres que Escreveram Teatro no Século XX em Portugal (Lisboa, Colibri, 2001), O Que É Teatro (Lisboa, Quimera, 2003; reimpressão 2015, 2016, 2017, 2018), João Mota, o Pedagogo Teatral: Metodologia e Criação (Lisboa, Colibri/IPL, 2006), Para a História da Encenação em Portugal (Lisboa, Sá da Costa, 2010), A Escola de Teatro do Conservatório (1836-1911) Contributo para uma História do Conservatório de Lisboa, (Lisboa, Gradiva, 2012);“Teatro”, Dicionário de História de Portugal: o 25 de Abril, org, António Reis, Maria Inácia Rezola, Paula Borges Santos, Porto, Figueirinhas, 2017; Vol. 8; António Pinheiro [1867-1943], Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda/Teatro Nacional D. Maria II/Teatro Nacional de S. João, Porto, 2019. Col. Biografias do Teatro Português.
Sobre Educação Artística (em colab. com Ana Caldas): Educação Artística: Para um Currículo de Excelência, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2014 e A Arte É para Todos, Lisboa, DG Edições, 2020.
Com P. Morais-Alecandre: As Peças Perdidas do Teatro de Revista à Portuguesa 1850-1868, Lisboa, ESTC-PL/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2 vols. (no prelo).
É Membro do conselho editorial da revista HUMANITAS do CIAC, Universidade do Algarve, membro do conselho editorial da Revista Faces de Eva: Estudos sobre as Mulheres, do CICS, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa; membro do Concelho Científico dos Cadernos do Arquivo Municipal (de Lisboa); membro do PEN CLUBE Portugal.

Deixa unha resposta

Avatar

O teu enderezo electrónico non se publicará Os campos obrigatorios están marcados con *

'erregueté#105' e libro coas peza 'HUGO' e 'Mosca' de Gustavo del Río e 'O can' de Lluïsa Cunillé. Deseño: Javier Lojo

Preséntase a erregueté #105 e o libro coas obras de Gustavo del Río e Lluïsa Cunillé na MITCFC

40º Festival de Almada. Foto: Rui Mateus.

40º Festival de Almada, referência principal no eixo atlântico peninsular