Paula Sanmartín é transmigrante, atriz, criadora cénica, docente teatral, estudante de filosofia e investiga todo tipo de poéticas cinéticas no seu selo de produções Teatro En-Trance. Sua última criaçao, Pulso, foi apresentada no Programa Especial 3×3 do auditório do concello de Vigo o março passado. | Foto: Sue Rainbow |
O libro que tes sobre a mesa de noite.
Pois ando com vários. Agora mesmo, estou bebendo –como quem diz– Un apartamento en Urano de Paul B. Preciado, filósofo que funciona para mim coma um faro, e inspira muitíssimo o meu pensamento crítico e posterior trabalho cénico. Também dou pequenas mordidas a El antecristo de Lope de Vega. Amo o teatro em verso, mas enseguida sinto empacho. Miro todos os dias para En torno a Galileo de Ortega y Gasset (precissamente por estar na minha mesinha de noite), mas é uma mirada sem apetite. E ando fascinada por Somnium de Kepler e seu pensamento mágico pre-científico. Do mundo cómic não sou muito adepta, porém atrevinme ontem, por recomendação de Túlio, o meu compi, com o primeiro de Y: O último homem do Brian K. Vaughan e Pia Guerra, e estou achando ele sensacional. Por último, e abraçando “a cultura oral-digital tecnoindígena” (usando o palavreado de Preciado), escuto quase todo dia fragmentos de Divinas Palabras do Valle-Inclán, lidas/interpretadas por El Brujo no Facebook. E qué chispa têm!
A túa banda sonora destes días.
Pois o violão do Túlio acompanha bastante as minhas manhãs. Também gosto de ouvir o Kybalion mentres alongo ou cozinho, a ver se me queda algo da essência dos ensinamentos de Hermes Trimegisto. Seguindo essa temática, disfruto escoitando A tábua de esmeralda do Jorge Bem. Logo já vou para uns Novos Baianos, Mutantes, Tanga de Sereia, Death Metal francés ou o que surja. Também estou amando conhecer á norueguesa Aurora.
O último filme que te impresionou.
A Febre do Rato de Cláudio Assis.
A obra de arte na que te perderías agora.
O livro vermelho de Carl Jung.
A peza que che gustaría crear.
Sem medo de ser feliz, diria que, de preferência, todo (interpretar, dirixir, asinar, dar forma…) de Shakespeare. A piada seria que o próprio Shakespeare já estivesse assinando, a súa vez, as peças doutro. E, por suposto, todas as que me venham de autoria própria. Também estou totalmente aberta a descobrir, aprender e deixarme surprender interpretando ou dirixindo projetos interessantes que ainda desconheço.
Unha figura histórica coa que compartir unha caña.
Com Ailton Krenak compartiria uma caña ou, melhor aínda, uma dosesinha de Aiauasca.
Se non foses actriz, criadora escénica, docente teatral, serías…
Neurocientista travesti especializada na glándula pineal ou Chamã.